Cosan (CSAN3): Entenda a Queda de 7% e o Futuro das Ações

As ações da Cosan (CSAN3) despencaram 7,13% na sexta-feira, 20 de junho de 2025, liderando as perdas do Ibovespa (IBOV). Cotadas a R$ 7,43 por volta das 15h45, as ações refletiram o impacto de dois fatores principais: a recente alta da taxa Selic para 15% e o corte no preço-alvo pelo Citi, que reduziu a projeção de R$ 14 para R$ 12. Apesar disso, o banco manteve a recomendação de compra, enxergando potencial de recuperação no médio prazo. Mas o que está por trás dessa queda? E o que esperar para o futuro? Confira a análise completa!
Por que as ações da Cosan caíram tanto?
A Cosan, uma das maiores holdings brasileiras, com atuação em setores como energia, combustíveis e infraestrutura, enfrentou um dia difícil no mercado. A queda de 7% foi impulsionada por:
Alta da Selic a 15%: O aumento de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros, anunciado pelo Copom na quarta-feira (18), surpreendeu parte do mercado. Empresas como a Cosan, que possuem alta alavancagem, sofrem mais com juros elevados, pois o custo da dívida aumenta, pressionando o fluxo de caixa. O Citi destacou que a Cosan pode queimar caixa em 2025 devido à Selic elevada.
Corte no preço-alvo pelo Citi: Em relatório divulgado na quarta-feira (18), o Citi reduziu o preço-alvo da CSAN3 de R$ 14 para R$ 12, refletindo uma revisão na avaliação da Raízen, principal controlada da Cosan. Apesar do corte, o banco mantém a recomendação de compra, apostando em melhorias na estratégia de reciclagem de portfólio e na redução da alavancagem.
Sentimento de mercado: O Ibovespa caiu 1,15% na sexta-feira, influenciado pela aversão ao risco global, com tensões no Oriente Médio e a percepção de que a Selic permanecerá alta por um “período prolongado”. Ações sensíveis a juros, como as da Cosan, foram particularmente afetadas.
O que o Citi diz sobre o futuro da Cosan?
Apesar da queda, o Citi segue otimista com a Cosan no médio e longo prazo. O banco acredita que a empresa está no caminho certo para ajustar sua estrutura de capital e reduzir a alavancagem. Três fatores podem impulsionar as ações da CSAN3:
Venda de ativos e desalavancagem: A Cosan possui um portfólio robusto, com participações em empresas como Raízen, Rumo, Compass e Moove. O Citi espera que a venda estratégica de ativos ajude a reduzir a dívida, que não possui vencimentos relevantes até 2027.
Melhoria na Raízen: A Raízen, joint venture com a Shell, enfrenta desafios operacionais e não deve gerar fluxo de caixa livre positivo pelos próximos dois anos. No entanto, o Citi acredita que o turnaround da Raízen pode começar a render frutos, especialmente se retomar o pagamento de dividendos.
Cenário macroeconômico favorável: Uma eventual queda na Selic, possivelmente influenciada por fatores como uma “jogada eleitoral” em 2026, poderia beneficiar a Cosan, dado seu perfil alavancado. Taxas de juros mais baixas reduzem o custo da dívida e aumentam o valor dos ativos da empresa.
O Citi enfatiza que a recuperação da Raízen é crucial. Sem dividendos da controlada, a desalavancagem da Cosan será mais lenta, o que pode limitar o potencial de alta das ações no curto prazo.
Vale a pena investir na Cosan agora?
Com as ações cotadas a R$ 7,43, o preço-alvo de R$ 12 do Citi implica um potencial de valorização de cerca de 62% em 12 meses. No entanto, investidores devem considerar os riscos:
Juros altos: A Selic a 15% continua sendo um obstáculo, especialmente para empresas alavancadas como a Cosan.
Desempenho da Raízen: A recuperação da Raízen é incerta e pode demorar.
Volatilidade do mercado: Fatores globais, como conflitos geopolíticos, e domésticos, como a política monetária, podem manter a pressão sobre o Ibovespa.
Por outro lado, a Cosan é uma holding diversificada, com ativos de qualidade e uma gestão reconhecida por sua capacidade de alocação de capital. Para investidores com horizonte de longo prazo, a queda atual pode representar uma oportunidade de entrada, especialmente se a empresa avançar na venda de ativos e na redução da dívida.
Conclusão: O que esperar da CSAN3?
A queda de 7% das ações da Cosan reflete um momento de pressão, impulsionado pela alta da Selic e pelo corte no preço-alvo do Citi. No entanto, o cenário não é apenas de desafios. A estratégia de reciclagem de portfólio, a potencial recuperação da Raízen e a possibilidade de um ambiente macroeconômico mais favorável podem destravar valor para a CSAN3. Para quem busca oportunidades na bolsa, a Cosan merece atenção, mas com cautela e foco no longo prazo.
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